terça-feira, 24 de abril de 2012

Visão de uma Brasileira para o "Nosso" Brasil

Imperdível para amantes da língua portuguesa, e claro também para
Professores.
Isso é o que eu chamo de jeito mágico de juntar palavras simples para
formar belas frases.
REDAÇÃO DE ESTUDANTE CARIOCA VENCE CONCURSO DA UNESCO COM 50.000
PARTICIPANTES

Tema:'Como vencer a pobreza e a desigualdade'
Por Clarice Zeitel Vianna Silva
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - RJ


'PÁTRIA MADRASTA VIL'
Onde já se viu tanto excesso de falta?
Abundância de inexistência...
Exagero de escassez...
Contraditórios?
Então aí está!
O novo nome do nosso país!
Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.
Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a
abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de
responsabilidade.
O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente
sistematizada - de contradições.
Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil', mas eu digo que não
é gentil e, muito menos, mãe.
Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil, está mais para madrasta
vil.
A minha mãe não 'tapa o sol com a peneira.'
Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma
bela formação básica.
E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me
restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não
iria querer me enganar, iludir.
Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do
problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que
de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela
falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha
voz-nada-ativa.
A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade
e esta, por fim, igualdade.
Uma segue a outra...
Sem nenhuma contradição!
É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que
quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam
hipócritas, mudanças que transformem!
A mudança que nada muda é só mais uma contradição.
Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar.
E a educação libertadora entra aí.
O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito.
Não aprendeu o que é ser cidadão.
Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade:
nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do
Estado não modificam a estrutura.
As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social
- terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar
nossa culpa)...
Mas estão elas preparadas para isso?
Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro
pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar
com a pobreza e desigualdade no Brasil.
Afinal, de que serve um governo que não administra?
De que serve uma mãe que não afaga?
E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?
Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a
um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo.
Cada um por todos.
Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas.
Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil?
Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil?
Ser tratado como cidadão ou excluído?
Como gente... Ou como bicho?


Premiada pela UNESCO, Clarice Zeitel Vianna Silva, 26, estudante que
termina Faculdade de Direito da UFRJ em julho, concorreu com outros 50 mil
estudantes universitários. Ela acaba de voltar de Paris, onde recebeu um
prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (UNESCO) por uma redação sobre 'Como vencer a pobreza e a
desigualdade.' A redação de Clarice intitulada 'Pátria Madrasta Vil', foi
incluída num livro, com outros cem textos selecionados no concurso. A
publicação está disponível no site daBiblioteca Virtual da UNESCO.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

República Velha - Brasil

Estudar o princípio da República Brasileira agora ficou de um jeito mais prazeroso!
Turma Giffoni - Roberto/SP
9º Ano B