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Guerra
dos Emboabas – Caráter
Nativista (repulsa aos abusos do fisco português)
Estudamos
anteriormente que a descoberta das minas de outro mudou os rumos da economia
colonial. Milhares de pessoas abandonaram suas regiões para procurar outro,
atraindo, inclusive portugueses para a região.
Essa migração
no inicio do século XVIII desagradou aos paulistas, que descobriram as minas e
aos quais, um ato real de 1694 garantia o direito de posse e exploração das
terras. No entretanto, a grande quantidade de pessoas que chegava à região das
minas tornou praticamente impossível o controle da posse e exploração das
terras.
Já vimos
também que a descoberta do ouro levou a um grande desenvolvimento da
agricultura e da pecuária. O comercio desses produtos era praticamente
monopolizado pelos baianos, que determinavam os preços desses produtos a
valores altíssimos. Também se tornou comum o contrabando de metais preciosos,
controlados pelos emboabas, apelido dado aos baianos e portugueses ricos.
Essas discrepâncias
criaram um clima de hostilidade entre paulistas, baianos e portugueses
(forasteiros). Após alguns pequenos atritos e intrigas, estourou um conflito. Os
emboabas, liderados pelo fazendeiro Manuel Nunes Viana, conseguiram expulsar os
paulistas da região. Nunes Viana foi então empossado como governador das Minas
Gerais. Os paulistas retornaram à região e reiniciaram os conflitos. Nessa ocasião,
cerca de 300 paulistas foram encurralados e rendidos e, após terem largado as
armas, foram dizimados. Esse fato ficou conhecido como “Capão da Traição”. Em abril
de 1709, os paulistas, comandados por Amador Bueno da Veiga, retornaram às
Minas e, em pouco tempo foram obrigados a se retirar, pois chegaram reforços
aos emboabas.
Para resolver
o impasse e encerrar o conflito, Portugal criou a capitania de São Paulo e das
Minas. Em 1720 foi criada a capitania das Minas Gerais.
Muitos
paulistas, no entanto, abandonaram a região e partiram para a busca de ouro em
outras localidades, iniciando assim a exploração de ouro em outras regiões.
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Revolta
de Vila Rica - Caráter
Nativista (repulsa aos abusos do fisco português)
No período
da mineração, havia muita sonegação e contrabando de ouro. Consciente, a Coroa
restaurou a cobrança do quinto por meio das Casas de Fundição e criou várias
delas na região das minas. A Revolta de Felipe dos Santos foi uma revolta
contra mais essa cobrança de impostos.
Felipe
dos Santos liderou uma multidão e se dirigiu à Vila de Ribeirão do Carmo (atual
Mariana) para exigir do governador de Minas o fechamento da Casa de Fundição e
a redução dos impostos. O conde prometeu atender às reivindicações e, depois de
já acalmados os ânimos, o governador desencadeou a repressão.
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Inconfidência
Mineira / Conjuração Mineira
– Caráter Emancipacionista (quebra das relações políticas de dependência com a metrópole)
A revolta
que apresentou um cunho realmente revolucionário foi esta revolta em Minas
Gerais (1789). A Conjuração Mineira foi provocada pela política opressora de Portugal
na região mineira e teve a inspiração nas ideias de liberdade que empolgavam a
França e no exemplo dos Estados Unidos, que proclamaram sua independência. Os conjurados
(elite econômica) queriam fazer da região mineradora uma república independente
de Portugal, com o estabelecimento de um governo popular que desse incentivo à
industria e promovesse de fato o desenvolvimento.
A conspiração
teve como figura principal o alferes Joaquim José da Silva Xavier, o
Tiradentes.
A rebelião
deveria explodir por ocasião da derrama, que já estava sendo preparada pelo
governador da capitania. Acabou sendo deletada por um falso conspirador, um português
de nome Joaquim Silvério dos Reis. Os implicados foram presos e submetidos a
julgamento que durou três anos. Tiradentes chamou para si toda a
responsabilidade. Dona Maria I, rainha de Portugal, condenou ao degredo os
conspiradores. Tiradentes, contudo, sofreu a pena máxima: foi enforcado e
decapitado. Isso para servir de exemplo àqueles que ainda pretendiam organizar
outros movimentos.
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