domingo, 26 de agosto de 2012

BRASIL COLÔNIA – Ciclo Mineração Parte II - Revoltas


·         Guerra dos Emboabas – Caráter Nativista (repulsa aos abusos do fisco português)

Estudamos anteriormente que a descoberta das minas de outro mudou os rumos da economia colonial. Milhares de pessoas abandonaram suas regiões para procurar outro, atraindo, inclusive portugueses para a região.

Essa migração no inicio do século XVIII desagradou aos paulistas, que descobriram as minas e aos quais, um ato real de 1694 garantia o direito de posse e exploração das terras. No entretanto, a grande quantidade de pessoas que chegava à região das minas tornou praticamente impossível o controle da posse e exploração das terras.

Já vimos também que a descoberta do ouro levou a um grande desenvolvimento da agricultura e da pecuária. O comercio desses produtos era praticamente monopolizado pelos baianos, que determinavam os preços desses produtos a valores altíssimos. Também se tornou comum o contrabando de metais preciosos, controlados pelos emboabas, apelido dado aos baianos e portugueses ricos.

Essas discrepâncias criaram um clima de hostilidade entre paulistas, baianos e portugueses (forasteiros). Após alguns pequenos atritos e intrigas, estourou um conflito. Os emboabas, liderados pelo fazendeiro Manuel Nunes Viana, conseguiram expulsar os paulistas da região. Nunes Viana foi então empossado como governador das Minas Gerais. Os paulistas retornaram à região e reiniciaram os conflitos. Nessa ocasião, cerca de 300 paulistas foram encurralados e rendidos e, após terem largado as armas, foram dizimados. Esse fato ficou conhecido como “Capão da Traição”. Em abril de 1709, os paulistas, comandados por Amador Bueno da Veiga, retornaram às Minas e, em pouco tempo foram obrigados a se retirar, pois chegaram reforços aos emboabas.

Para resolver o impasse e encerrar o conflito, Portugal criou a capitania de São Paulo e das Minas. Em 1720 foi criada a capitania das Minas Gerais.

Muitos paulistas, no entanto, abandonaram a região e partiram para a busca de ouro em outras localidades, iniciando assim a exploração de ouro em outras regiões.

 

·         Revolta de Vila Rica - Caráter Nativista (repulsa aos abusos do fisco português)

No período da mineração, havia muita sonegação e contrabando de ouro. Consciente, a Coroa restaurou a cobrança do quinto por meio das Casas de Fundição e criou várias delas na região das minas. A Revolta de Felipe dos Santos foi uma revolta contra mais essa cobrança de impostos.

Felipe dos Santos liderou uma multidão e se dirigiu à Vila de Ribeirão do Carmo (atual Mariana) para exigir do governador de Minas o fechamento da Casa de Fundição e a redução dos impostos. O conde prometeu atender às reivindicações e, depois de já acalmados os ânimos, o governador desencadeou a repressão.

 

·         Inconfidência Mineira / Conjuração Mineira – Caráter Emancipacionista (quebra das relações políticas de dependência com a metrópole)

A revolta que apresentou um cunho realmente revolucionário foi esta revolta em Minas Gerais (1789). A Conjuração Mineira foi provocada pela política opressora de Portugal na região mineira e teve a inspiração nas ideias de liberdade que empolgavam a França e no exemplo dos Estados Unidos, que proclamaram sua independência. Os conjurados (elite econômica) queriam fazer da região mineradora uma república independente de Portugal, com o estabelecimento de um governo popular que desse incentivo à industria e promovesse de fato o desenvolvimento.

A conspiração teve como figura principal o alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.

A rebelião deveria explodir por ocasião da derrama, que já estava sendo preparada pelo governador da capitania. Acabou sendo deletada por um falso conspirador, um português de nome Joaquim Silvério dos Reis. Os implicados foram presos e submetidos a julgamento que durou três anos. Tiradentes chamou para si toda a responsabilidade. Dona Maria I, rainha de Portugal, condenou ao degredo os conspiradores. Tiradentes, contudo, sofreu a pena máxima: foi enforcado e decapitado. Isso para servir de exemplo àqueles que ainda pretendiam organizar outros movimentos.

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